quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Escolha

I
aqui, os nomes têm histórias engraçadas. hoje descobrimos que o Niltinho não chama Nilton, mas Enilton. e não é Enilton assim, falado Ênilton. é Énilton, agudo. era pra ele chamar Timóteo, mas não deixaram e ficou Énilton. ainda bem, ele disse! a Flávia, na verdade, chama Roseli. e a Manela não é Manuela, mas eu não lembro qual é o nome. o Chilico (ou será Xilico?) chama Edmar e é irmão do Alvimar. tivesse outro irmão, qual mar seria? a Fia é Irailde e o Quimquim, que eu jurava que era Joaquim, é Nelson. Ah, tá! 

tem também a história do Bebeto, filho do nosso antigo vizinho. o pai queria que ele chamasse Nabucodonosor - que eu, na minha pura ignorância, não sabia que era o nome do imperador babilônio que fez os jardins suspensos. pois bem. a Maria do Carvalho, do cartório, não deixou e deu uma lista de nomes pro pai escolher. Ficou Humberto pra poder ser Bebeto. ano seguinte, 94, nasceu outro menino. qual o nome? Romário, claro! Bebeto e Romário! mas garanto que se o Bebeto chamasse Nabucodonosor, seria chamado de algo como Julio, ou Mário, ou Zé. ou qualquer coisa nada a ver com o nome. quem sabe Bebeto, mesmo?

II
quando meu pai estava pra nascer, no meio do mês de junho, minha vó fez uma promessa que ele se chamaria Antonio Luiz, caso corresse tudo bem no parto. homenagem ao santo Antonio, promessa pra ele. assim foi, tudo ótimo. meu vô foi registrar e chegou com a certidão: Artur Adolfo, homenagem aos dois avós. mas e a promessa, meu santo? ficou pro irmão mais novo, que chama Antonio Luiz, mas a gente o chama de Sim. ok!

III
dos três, sou a única filha com nome simples. era pra eu ter Maria depois de Isabela. mas meu pai voltou do cartório sem a Maria. com a pequena foi assim, também. na hora do vamuvê tiramos a Maria de cena. puxou pra mãe! 

IV
o mini-menino quase teve outro nome. demoraaamos pra escolher: tinha que agradar aos quatro, eu, o pai, o grandinho e a pequena. decidimos no oitavo mês e comemoramos! no dia que eu questionei, querendo mudar e colocar um nome mais etéreo, entrei em trabalho de parto. olhei pro pai: vai ser esse nome mesmo, né? e foi. não podia ser melhor! nome bem pé no chão pra um aquariano com ascendente em aquário e lua em gêmeos.


temos uma tartaruga do mar aqui. graaande! uma amiga ganhou do namorado. quando terminou o namoro, ofereceu pra gente. pegamos, assim, sem apego. ela, coitada, é usada como prancha de surf pros meninos descerem a escadinha de três degraus da casa, é usada como almofadão pra assistir tv, como amortecedor do pulo do alto do beliche, enfim... já está com mais três furos no casco, preciso costurar. fosse de verdade a gente acha que ela teria uns 300 anos, pelo tamanho. 

dia desses a gente queria escolher um nome pra ela. faz uns cinco anos que ela mora com a gente. acho que vai ser bom pra criar apego e cuidado! parece que vai ser Nina, mas ainda falta a opinião do pai. a pequena acha que ele não vai gostar e vai sugerir outro nome. mas ele só fala nome feio, ela reclamou.

VI 
a pequena é que é boa pra escolher nome de bonecas: Rainitone, Austa... teve uma cavala que era Quéqueren...

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como me disseram, o nome é uma escolha importante, muito definitiva! é mesmo isso: uma escolha. com afeto, com história, mas sempre uma escolha.


por isso senti o coração de um jeito novo ao saber que vai chegar uma lindinha com o  meu nome - uma homenagem também a mim. meu coração remexeu diferente, meu olho brilhou mais!

   - e até hoje está cheio de lágrimas só de pensar nisso!

que seja muito feliz, a Belinha! 




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