um sonho irrealizável não parece coisa boa, mas, ué, por que temos que fazer real todos os sonhos?
o sonho era entrar na caverna de Chauvet, ver suas pinturas, seus brilhos, sentir seu cheiro, respirar aquele mesmo ar que foi respirado há milhares de anos e me conectar com o pintor de dedinho torto, aquele, que dizem ser (senão o) um dos primeiros artistas do mundo, que nos mostrou que a diferença da nossa espécie pra os neandertais, que chegaram um pouco antes de nós sapiens, é esta: a capacidade de ver, de observar, de tornar aquilo simbólico e, então, representar.
ô quem dera entrar lá e sentir os animais que correm com oito patas.
mas não vou, eu sei.
enquanto isso, no meu mundo real, eu ganho de dia das mães presentes lindos, tão lindos como uma panqueca de laranja com doce de leite e um passeio pelas pinturas rupestres daqui. de quanto tempo atrás? não sei. mas que me levou a imaginar a dura vida de quem fez aquele desenho, ah, me fez! e vos digo: foi uma criança. que viu a siriema correndo pelo Lajeado, tornou aquilo simbólico e representou, com seus dedos sujos da tinta feita de sangue.
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